sábado, julho 01, 2006

ter-te


ter-te é, de súbito, a minha ocupação

ter-te comigo
sentir-te ao longe
ouvir-te
ou só saber que dormes
que já vens
saber de ti

ter o teu corpo
essa concavidade em que encaixo
- inteira, exacta -
onde encosto o meu medo
as minhas noites

ter-te
o teu ângulo mais duro
a tua mão a tua voz
ter-te, inteiro
ter-te, ainda
na precaridade da vida
numa eternidade que sei que não existe

Etiquetas:

3 Comments:

At 3:09 da manhã, Blogger David (em Coimbra B) said...

Assim vamos encaixando na concavidade da vida. Bem o mereces como bem o escreves.

 
At 12:07 da tarde, Blogger francisco carvalho said...

Muito bonito.
(perdoa, se não se pode dizer apenas isto de uma poesia.)

 
At 1:47 da manhã, Blogger H em Stª Apolónia said...

mas que bonito, M...

 

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