quarta-feira, junho 14, 2006

um ano sem eugénio de andrade



Como lidarão agora as palavras entre si
sem o mister no seu arrumo da perfeição?

Encontrei-as hoje pelos livros
sedentas
à procura da água que não têm.

E com outras falei,
- aquelas que viviam com ele
mercadoras de cada novo verão
ansiosas à chegada da estação.

Esta noite
o meu dever
é deixá-las, deitá-las.

Há palavras de luto no coração.

3 Comments:

At 10:36 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

mas ele ficou para sempre connosco:

"Ninguém pode suportar de olhos abertos
o peso do mundo;
com a noite foram-se os cavalos;
partem para não morrer"

 
At 4:20 da manhã, Blogger Gabbiano said...

"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis"
Sim, fcou para sempre connosco.

 
At 4:30 da manhã, Blogger JPN said...

que belo poema para o recordar...

 

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