Alemanha 2006
Do sagrado foi andar a ler o Senhor Borges, Camus, Agualusa. O Senhor Borges, Jorge Luís, não era do futebol. Recebeu um dia em casa César Luís Menotti, treinador da grande Argentina de 78, meu primeiro campeonato do mundo à séria e com ele manteve uma conversa do piorio sobre o mundo da bola. «O diálogo persistiu como uma reunião de surdos». Ninguém ganhou! Do Camus, Albert, ensinou-me o velhote HR no seu «Do Absurdo à Solidariedade», que o homem tinha sido guarda-redes e foi nos campos de futebol que aprendeu o pouco da moral que sabia. Ser guarda-redes é o melhor lugar para perceber o mito de Sísifo até à exaustão. O Agualusa, José Eduardo, encontrado hoje numa entrevista n’A Bola, diz que Portugal é uma selecção da lusofonia, serpenteando África e Brasil com o sangue da história.
Do profano encontro na mesma edição d’A Bola um grande senhor do futebol mundial. Valdano, Jorge. Só lhe faltou ser bola e árbitro - disse - e disse ainda que o futebol exagera a vida e o Mundial exagera o futebol, razão suficiente para que, durante um mês, seja domingo todos os dias.
Conheceu o futebol através da rádio, razão suficiente para acreditar que a palavra completa o futebol.
A palavra no sagrado. A vivência no profano. Eu fui dos que joguei e ouço ainda a palavra da rádio. Até dia 9 de Julho, o D profano, lerá no calendário «domingo todos os dias».
2 Comments:
seja, não tenho remédio! tenho esperança em sobreviver
Vais sobreviver, tem calma, no fim de Julho estamos outra vez disponíveis!
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