MEMÓRIA DE GARGANTILHA
Não foi o porte do andar, a beleza do rosto, os cabelos escorridos da chuva miudinha, o dom da conversa que não ouve, os dedos finos que não senti. Ali, à Praça da República, fiz memória num adorno. Equilibrada nos ombros, a elegância estava inscrita numa gargantilha de pedras simples – pareciam cubos de gelo numa espetada – realçando um pescoço alto e liso, que me fez parar perdidamente a contemplar os encantos da vida.
Não sei se jamais a verei. Chamo-lhe agora a “Raquel da Gargantilha” para que a memória ma devolva com segurança, sem pestanejar.
Chamo-lhe… chamo-a? Abençoada memória!
1 Comments:
a lembrar uma Marjorie de raquete de ténis ("a peneirar o tempo") do O'Neill.
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