segunda-feira, março 06, 2006

AROMATERAPIA

Não é a vida do olfato Grenouille do perfume de Patrick Suskind na Paris do séc XVIII. Nem as águas do rio do perfume da cidade imperial de Hué no Vietname. É uma constatação de habitante de rés-do-chão! Sempre que saio de manhã nos dias diários, o hall cheira aos odores do condomínio: de Dunhill a Cartier, de Gucci a Lancôme, de Jean Paul Gaultier a Trésor.
Às sextas e sábados à noite, saindo também ligeiro, identifico um toque de Empório Armani e uma sugestão de Mochino, a dar aroma diferente para a noite que se anuncia.
Cinco andares, doze apartamentos e tantos cheiros diferentes. Se baixo no elevador para as garagens, a densidade concentra-se: ambiente andrógino a pedir ar puro que liberte aromas.
Outro dia arrisquei: enfrasquei o corpo de Dolce & Gabbana para ver o efeito e saí porta fora. Provoquei reunião extraordinária de condomínio. Reunião, imaginam, com cheiros intensos. O meu não estava formatado. Cheirava mal, mal não, diferente – disse a viúva do 5º esquerdo, a tresandar a falta de cheiro a suor em cima! Fui desculpado. Aleguei, convicto, anosmia. Vantagens de quem vive no rés-do-chão e não é reconhecido nos cheiros do elevador e na vida do prédio. Para a viúva, se a linha deixasse, teriam estas palavras a musiquinha "only you" dos Platters, em homenagem a Tommy Smiley, que faleceu no fim-de-semana. A cheirar a Empório Armani ou Mochino. Lembro-me na jukebox: 10 escudos, F7. Verão de 80.

1 Comments:

At 10:30 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

lucky you, que tens vizinhança sofisticada. não poderia aqui contar da minha!

 

Enviar um comentário

<< Home

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!