quinta-feira, março 02, 2006

Caderno de Caligrafia


Erros ortográficos: dou. Alguns. Sistemáticos. Viciosos. Antigos. Não acho bonito. Acho muito feio.Rude. “A língua é a nossa pátria “. Feita de tantos territórios, tenho neste caso, uma pátria corrompida. Gosto verdadeiramente de um texto bem escrito, de um erro por dar, de uma sintaxe perfeita. Aprecio como um requinte supremo. Acho de uma elegância absoluta. A língua assim apaladada lembra-me um bom vinho. Encorpado. Aromatizado.


Talvez tenha sido tarde que tenha começado a apreciar as palavras assim, não tarde para admirar mas tarde para contornar o défice que se instalou. Os correctores ajudam, no dia-a-dia, e a deficiência consegue ser escamoteada. Acontece a precariedade quando o uso deles não é possível.


Preciso de um caderno de caligrafia. Já o tenho prontinho a usar sobre os meus erros seculares. Minha filha anda no 3º ano e eu ando no 3º ano desta nova aprendizagem. Dos ditongos nada a obstar, mas o programa e a língua vão crescendo e eu espero caligrafar a correcção dos erros de sempre. Como um requinte a que me proponho. Devagar. Como o vinho a abrir ao ar.

2 Comments:

At 1:39 da manhã, Blogger David (em Coimbra B) said...

Bem, nada a corrigir - diz o corrector ortográfico!

 
At 2:49 da tarde, Blogger H em Stª Apolónia said...

" a verdade despe qualquer um "... dispo-me eu desta verdade

( já arranjei um corrector janota!)

 

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