quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Conchita Morales

Conchita está chovendo, Sr. General... Conchita fica assim feita tempo, tem alegria de verão e morrinha de inverno. Conchita é desta matéria, Sr. General. Conchita ama e morre e depois fica feita saudade. Sr. General não precisa saber, deite o corpo que eu conto.

Ouviu história, Sr. General ? é batalha. É guerra. É o vento no jacarandá. É Conchita a chorar. É o mesmo vento que faz quando se tira filho ao corpo. Conchita sabe. Foi à muito tempo , Conchita deixou a morte levar filho de homem que amou . Conchita não chorou, deixou as árvores chorar.

Está boa a história, Sr. General ? Conchita conta, as mãos sabem e a língua diz. Conchita não tem mapa, conhece corpo de homem em reconhecimento nocturno. Pelas levadas. Na enxurrada. Vai na força agarrada ao silêncio.
Conchita é livro, Sr. General... conta histórias devagar. Diz coisas que só vento ouve. Tem nome de livro sim, Sr. General... é “ Mal Parida “. Desculpe o despudor da língua, Sr. General.... mas Conchita não tem tido vida de sabor apaladado. Usa palavras como quem cospe. Não há outro jeito de soltar o mal que nasce por dentro.

Sr. General, está bem ? porque geme como guerra se a gente só quer levar paz ao corpo do Sr. ? é cansaço velho de quem fez o mundo entre uma guerra e uma cama ? Conchita é canela, Sr. General quer café forte e com aroma para depois de pousar suas botas que marcharam em mim ?

(escrito a ouvir música , com o mesmo nome, dos Xutos e Pontapés )

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