SÃO DIAS QUE PASSAM
São dias que passam. M vem de uma reunião d'Os Campos com febre suficiente para temperar antigas latitudes onde fomos felizes. Não era tema prioritário, mas torna-se irresistível... porque por lá crescemos juntos, do Caima às Mimosas, das Preces a Tábuas, do Baleal ao Mezio, de Almaça ao Talasnal... rodando vidas com amigos, gerindo amores, dançando voltas à serra num tablado triângulo com Minho no horizonte, onde a linha não era virtual, antes um comboio de mercadorias, cheio de cartas, que durante o ano ligava as estações.
H tem a pele tatuada desse percurso, apenas visível de noite à luz de uma fogueira. M insiste em pôr um brinco, para que nele notemos a antiga militância. D recolhe esse prazer, abrindo gavetas da casa e da memória. O resto foi escrito n'Os Campos e acompanhado ano a ano em peregrinações, cirúrgicas, a antigos sítios com ombros de sempre.
Lembrar HR é sístole mediática. Lembrar o Movimento é sentir a tarefa do dever cumprido, foi por ele que estamos aqui:
O imaginário
que fica
para quem parte
é parte inalterável
pelos novos gestos de quem fica.
Que pensarão so vindouros de nós? A mesma curiosidade e respeito como víamos os antigos? Têm aqui um espelho limpo, neste blogue, com imagens claras do que poderão ser um dia. Isso não tivemos. Isso lhes baste!
3 Comments:
Também foste peça essencial deste caminho. Muita da sua música, felizmente, passou por ti. E que música! À flauta, ou em voz à capela, eras uma surpresa todos os dias. Ainda és. Se H e M permitirem, podes viajar em Fevereiro à pala.
Meus amigos, mas já não há bilhetes... o passe é eterno!!!!! Vem, quem vier por bem...
as minhas filhas já cantam " são dias que passam".
a minha filha mais velha, já sabe " são dias que passam ". e soube-o, este verão, com a mesma essência como nós o soubemos.
chegou a santa apolónia com o mesmo aperto, com o mesmo nó, com o mesmo acréscimo de latitude na alma.
...e com a mesma terra colada às calças e à mochila. faltou apenas o cheiro da fogueira, que esse agora é proíbido.
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