quinta-feira, janeiro 26, 2006

Coimbra-B


Para H.
Sobre o discurso de Alfredo Marceneiro a
Gabriel Garcia Marquez (Dinis Machado)
Iª Cena
D entra na biblioteca de Coimbra-B, põe o charuto, aquece na boca um branco fresco e procura lombadas. (Repetir isto três vezes, um copo para cada um)!
Ao pé dos Eças encontra Dinis Machado e lê a H (que vê pela webcam, sentada na sala, a beber um gin, a mexer arquivo antigo das fotos que restam. Tem uma navalha na mão e risca com ela o ar).
D lê:
"(...) A atracção da navalha pelo cetim já não é de hoje, como sabe. Atirada de vinte e cinco metros, talvez aí há quarenta anos, cortando a noite em duas metades (a primeira caiu ao rio e a segunda andou à deriva até surgir a madrugada), a navalha entrou na garganta de Norberto."
IIª Cena
(entra a cena do velho da maçã posta no blog, que D faz passar para H pela webcam)
D lê:
"(...) O Franciú esparge com essência de rosmaninho (colhido na Rua do Capelão), teclas de piano, chuva de Abril e papelinhos de Carnaval. A melhor das putas, a mais quebradiça e esquinada, conservada de luar e de exercício, ajoelhou-se aos pés dele e abraçou-lhe as pernas, dizendo frases que o senhor pode ler na tela do Pintor, em onomatopeia, que está agora no museu, por decisão camarária, das dez ao meio-dia e das duas às quatro. (A tela deve ser observada a uma distância suficientemente preliminar; com o corpo apoiado na perna direita, o estômago vazio, o espírito liberto de preconceitos e o guia dos caminhos de ferro na mão esquerda, não vá dar-se a ocorrência de uma qualquer excurssão americana se perder no trajecto para Santa Apolónia)."
IIIª Cena
H lembra os camones e o Lucas Pireza, recolhe a lâmina e manda um mail a D:
- Afinal, passageiro da noite, caís-te ao rio ou andas à deriva até de madrugada?
IVª Cena
(D, reacendendo o charuto)
- Á deriva, grande amiga, não vês que tenho webcam e banda larga!
Vª Cena
(H recolhe as fotografias, encontra D ainda novinho num negativo solto, fuma um último cigarro, engana-se num copo-de-água a pensar em gin e camita que amanhã a Ana voa).
VIª Cena
(D desliga a informática)
D diz para consigo:
Como pode andar até de madrugada se a banda larga não é da netcabo? É um "cercanias", é o que é - referindo-se, obviamente, aos comboios de serviço à volta das grandes cidadesw espanholas!
Cai o pano!

1 Comments:

At 3:39 da manhã, Blogger H em Stª Apolónia said...

Pois ainda aqui estou e estarei. Navalha apontada a um trabalho " importante " ... ui, se soubesses... prosavas logo num post que me matavas a credibilidade. Não arrisco. Só te digo que estou e estarei... ainda não fumei último cigarro.

 

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