sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Único carril

Os comboios são uns individualistas permissivos no seu compromisso com o tempo e o destino, cumprindo a viagem. Pára ao sinal, arranca ao sinal, respeitando relógios e tabelas de horários. Não conheço nenhum comboio que olhe para trás, para o ontem e apite triunfante à sua sombra que fica. É a sua vida.

Aqui temos sido plural quando somos (somamos) estações. Um olhar para o ontem, para os sítios antigos, exercício de frescura que têm as boas saudades e os próximos futuros. Desrespeitamos essa mobilidade porque, a exemplo, paramos numa mulher ou num homem que nos foi decisivo. Distraímo-nos, coisa que os comboios não fazem! E, mesmo num carril da imaginação, sabemos mais além antes da curva onde nos tornaremos a ver. Não há relógios e tabelas para isso.

Mas também somos comboios quando sopramos a vida de cada um. Andamos agora a soprar três comboios em curso. Sopramos três viagens. Breve, voltaremos a somar estações.

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