sábado, outubro 06, 2007

Conimbrigense

Na revista “Única” do “Expresso” de hoje, conta o crítico dos apetites, José Quitério, que visitou a estação arqueológica de Conímbriga, citando Cortesão “en passant” para adornar a sua crítica de cultura de avental e seguiu o seu GPS culinário ao restaurante do museu. Deu o corpo ao sol da varanda, amesendou-se no mobiliário moderno e, esticando a língua para além da ementa, (sabendo de cor o Livro de Cozinha de Apício), entre sopa de peixe, peixe assado no forno, sardinhas e empadas de carne e frutas aromatizadas, entre outras iguarias, deslumbrou-se na crítica criticando as sugestões do dia que, segundo a língua exigente do próprio, «pretendem representar a gastronomia mediterrânica, a das forçadamente chamadas Terras de Sicó e a do romano Apicius.»
Apicius responder-lhe-á em latim «se vera est fama». Em português lhe digo que o trabalho que o território da Terras de Sicó tem vindo a fazer para preservar alguns dos produtos ímpares da gastronomia portuguesa (queijo Rabaçal e vinhos Terras de Sicó, a exemplo), mereceria do crítico um parágrafo mais atento. Em Conímbriga, sei por experiência, em jejum o pensamento é mais certeiro.

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