Coimbra B erão
Coimbra, como todas as cidades com insuficiência de mar, está asséptica. Os comboios fazem o sacrifício de abrandar. O verão levou-lhe a vida para o litoral. Doutores, quase-doutores, nenhuns-doutores fizeram-se à estrada no caminho do iodo. Resta a sua identidade de cidade de serviços, os mínimos, que no verão se sublimam como cristais: os hospitais, a velha universidade dos exames, a função pública e os vendedores de apartamentos vazios à espera da baixa do “spread” de Setembro. O Mondego juntou todas as suas águas e anda às costas com os barcos na Figueira. Esta é a Coimbra real. Esta é a cidade em que nem o contrariado médico de urgência lhe encontra temperatura, aqui acamada pelo último arrumador em busca da derradeira moeda antes de partir.
As rotundas estão cheias de outdoor’s a anunciar festas fora daqui. Para quem se não está cá ninguém?
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