aterro de tempo
Tenho andado a ler, em frinchas de tempo pouco, “Algumas Distracções“ de FJV. Este livro é uma colectânea de textos dos blogs Aviz e A Origem das Espécies e teve distribuição gratuita na revista Sábado. É um gostoso fácil e leve.
Atravessam nele, amiúde, as insónias. E eu, que não sofro delas, invejei. Achei que seria uma solução brutal para quem, como eu nesta fase, não tem tempo. A ideia das insónias apresentou-se-me como um aterro de tempo. O tempo para pensar, para o vagar de ir ao fundo e ouvir, o tempo do tempo. Acrescentando a isto o prazer de descobrir uma luz desconhecida que FVJ evoca, alguns silêncios únicos, os primeiros sons da manhã e do mundo. O frio. Tudo me pareceu bonito: ter tempo para sentir.
A ideia é brutal mas é solução. É mais fácil mentir-mo-nos com solução. A minha, roubei-a dum livro. As insónias, um aterro provisório de tempo.
Atravessam nele, amiúde, as insónias. E eu, que não sofro delas, invejei. Achei que seria uma solução brutal para quem, como eu nesta fase, não tem tempo. A ideia das insónias apresentou-se-me como um aterro de tempo. O tempo para pensar, para o vagar de ir ao fundo e ouvir, o tempo do tempo. Acrescentando a isto o prazer de descobrir uma luz desconhecida que FVJ evoca, alguns silêncios únicos, os primeiros sons da manhã e do mundo. O frio. Tudo me pareceu bonito: ter tempo para sentir.
A ideia é brutal mas é solução. É mais fácil mentir-mo-nos com solução. A minha, roubei-a dum livro. As insónias, um aterro provisório de tempo.
5 Comments:
Insónias tenho amiúde. E nelas vivo muitas vezes cenas iguais às que vivíamos quando não dormíamos, noites de fim-de-mundo.
a noite é um aterro de tempo, uma reserva, preciosa, tu sabes. mas a insónia não, a insónia rouba-nos.
e a propósito, recebeste a nossa prenda?
oh, esqueci dizer que sim e obrigado. foi mesmo antes de ir para londres e na confusão da pintura da casa...
apanhaste um dos lados melhores do aviz: essa noite, uma noite misto de interpelação e dúvida. aprendi a gostar do que FJV escreve pela forma como escrevia a noite. um aterro de tempo parece-me bom. as primeiras insónias de que sofri, e sofro delas ciclicamente, de cinco em cinco anos, eram quando comecei a escrever e não eram insónias, eram isso: vontade de ir pela noite adentro. :)
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