Engenho
A luz que ilumina o novo verão traz os teus olhos mais para perto dos meus muros de pedra e cal. Como dois poços que são, corro à volta dos teus olhos o engenho para lhes dar água límpida de beber. É uma engenharia de alcatruzes. Cada alcatruz um desejo, cada mão-de-água um copo contigo à sombra da parreira da taberna.
Se tivesse engenho de outra imprevisível sabedoria, bastariam as minhas mãos juntas a reter água para nelas poisares uma boca de sede, e depois, saciada, os olhos nos meus olhos pedindo outro engenho e todo esse calor do corpo cantado nas pautas das cigarras.
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