sexta-feira, abril 28, 2006

Estação para pousar


Não ando fugida, não ando longe, não perdi nem troquei horários de comboios nem ramais. Não posso é deixar de...

Acontece que tenho andado inquieta e entusiasmada entre as muitas coisas que se me tem sido oferecidas para viver. Acontece às vezes a vida se tornar maior que o tempo. Se concentrar por excesso. Nos chamar por urgência. Arfar de prazer. Nos levar com facilidade.

Nestas alturas não há palavra para pousar, não há repouso que se faça senão na cama, não há pensamento por estamos a sedimentar emoções. A alegria em mim nunca procurou palavras. A alegria em mim não deixa pensar. Não posso passar ao lado de.

Mas seguramente o tempo se amansará e aí, chegarei à estação e nessa altura estarei então disponível. Com tempo e ar por dentro. Corrente de ar. Janela aberta e quietude. Deixarei então as palavras sentadas ao meu lado à espera do comboio que pare e daquele que jamais parará. Compro o bilhete. Saberei a hora certa.

Há também o calor e a dilatação da alma. Os livros e os amigos. O mar, sempre o mar.

4 Comments:

At 12:45 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

isto já é chegares. mas, mesmo antes de chegares, é como se te sentisse a "respirar o mesmo ar"

 
At 4:07 da tarde, Blogger Gabbiano said...

E a alegria em ti é uma alegria, hoje desmesuradamente maior do que me recordava em ti.É cada vez mais raro ver alguém atravessar a vida a encher-se de luz, em vez de esmorecer nas sombras do tempo que passa.

 
At 5:03 da tarde, Blogger H em Stª Apolónia said...

sempre tive esta alegria imensa, mas é engraçado perceber que ela se tornou mais notória com o passar do tempo... talvez tenha sido a timidez que deixou de ser tão sombria. engraçado teres dito gabbiano, porque eu sei tão exactamente isso...

 
At 12:18 da manhã, Blogger David (em Coimbra B) said...

De que serve a alegria se não for para ser conjugada nos tempos?

 

Enviar um comentário

<< Home

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!