segunda-feira, março 20, 2006

ORÁCULO - o branco da linha

Como Zeus e sem dar do caso a H e M, fiz com que duas águias voassem a partir de Sta. Apolónia e Campanhã para, cruzando os voos, pudessem assinalar com exactidão o centro da linha. Saber se era milimetricamente em Coimbra B. Se fosse, seria o novo oráculo e poderia dar consultas e orientações aos passageiros como no templo de Delfos. Mas houve um erro meu. Há uma diferença entre o norte magnético e o norte geográfico e a águia de M induziu-me em erro. Induziu-nos em erro. A linha em Coimbra B, em vez de um templo, transformou-se num espaço branco.
Enquanto estivemos neste estado de paz, não nos pediram sinalética ou outra informação certeira. Aproveitaram o branco pelo branco e não escreveram da falta que lhes fizemos. Não foi culpa de M ao pôr música que o branco caiu na linha, foi a águia que partiu 7 graus fora do sítio marcado no transferidor, meia-lua do relógio da gare de Campanhã. Isso fez com que nevasse na linha. O material circulante parou.
Retomou agora a mobilidade de antes ainda que de calças caídas e eu voltei a simples chefe-de-estação.
- O branco saiu da linha porque uma musa o usou como mortalha para enrolar um segredo de amor ciúme - disse-me O Eremita a partir do Olimpo, carta VIIII do Tarot.
Oráculo, D? Os deuses não me perdoam…

1 Comments:

At 10:19 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

só tu, para conseguires desenhar itinerários razoáveis a partir das minhas errâncias.

 

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