domingo, março 19, 2006

Em dia de pai e chuva


" (...) Faltas tu a levar o tempo. Falta o teu olhar a guiar-nos se a chuva nos puxa. Pai, ter a tua memória dentro da minha é como carregar uma vingança, é como carregar uma saca às costas com uma vingança guardada para este mundo que nos castiga cruel este mundo que pisa aquele outro que pudemos viver juntos, de que sempre nos orgulharemos, que amámos para nunca esquecer.
Descansa, pai, dorme pequenino, que levo o teu nome e as tuas certezas e os teus sonhos no espaço dos meus. (...)"

José Luís Peixoto em " morreste-me". primeiro livro sobre a morte do pai. começou a morrer.

quando passar a chuva, falamos. falamos dele. José Luís Peixoto.Ninguém devia morrer sem dele ler um dos seus livros.

3 Comments:

At 1:26 da manhã, Blogger David (em Coimbra B) said...

Hoje com o meu pai a tremoços e copo de branco debaixo do pinheiro manso. Até chover. Até molhar o Diário de Notícias e o Record, ao lado, sobre a mesa. Ainda me apontou o galo a comer na tradição da Páscoa. Duas vidas felizmente bem vivas, uma morte anunciada.

 
At 10:20 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

por acaso esse livro - que comprei a partir de ti - não me deixou rendida.

 
At 10:38 da manhã, Blogger H em Stª Apolónia said...

M... começa " Uma Casa na Escuridão ". Este é o primeiro, trémulo e dorido. Fico fascinada quase só com a escrita. Esse que refiro é já bem mais seguro. Tenho-o. Empresto. Levo da próxima.

 

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