terça-feira, fevereiro 07, 2006

Hamlet e Maomé





















O´Neill, Amigo, in no Reino da Dinamarca

Há quem deixe um risco no céu como Halley. Deu-me algumas noites de prazer. Órbita de 76 anos, professor de astros, HR, a espreitar comigo o trajecto.
Há quem pinte a cal um risco mais branco, quando a obra é da igreja e os anjos aproveitam a goma do fundo do balde para branquear as asas.
Há quem risque livros inteiros, a lápis azul, momentos de censura extrema.
Há quem deposite esteticamente um risco preto por sobre os olhos e sobre os lábios nos mercados do afecto.
Há também que ouse o risco, trocando a vida por convicções profundas.
E há ainda o indefeso cartoonista, que riscou a lápis de carvão a sua arte de ser livre, profeta Maomé como é, Mao?, mééééhhh!, Hamlet de Shakespeare, como se houvesse algo de podre no reino da Dinamarca.


1 Comments:

At 11:41 da tarde, Blogger H em Stª Apolónia said...

Ler crónica Miguel Sousa Tavares no Expresso do último sábado. Além de bonita, bem escrita... está certeira.

 

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