Desejo para memória futura na Linha do Oeste
No meio de uma vegetação luxuriante, constituída por árvores centenárias onde a árvore de papel readquiriu nova folhagem, as Termas da Amieira são a imagem da boa recuperação paisagística e de uma excelente iniciativa de desenvolvimento rural. Reabriram em 2008, imaginando o cenário de 1886, após a reconstrução dos três edifícios de hotel, balneários e casa das máquinas. Ao lado da linha, o rio Pranto tornou-se também navegável, reiniciando as ligações turísticas à Figueira da Foz. Comboio e barco. Baixo Mondego por cenário e conforto que baste.
- Na altura, os comboios eram ainda menos confortáveis, disse-me V. Eram uns comboios vermelhos, só com duas carruagens. E os bancos mudavam de sítio, para que os passageiros pudessem ir sempre de frente para a paisagem - contou entre risos.
- Estamos a chegar a Alfarelos, fim da viagem. Apanha um táxi para Soure. Logo, logo regressa, no das 18:53, vou buscar-te. Jantamos no hotel e dançamos, parece que é a dançar que se fazem os amores.
O comboio apita e o “linerman” ergue a bandeira, parando-nos a poucos metros da estação.
- O que se passa, perguntou V.?
- É para dar passagem ao comboio da linha do norte. É comboio privado, prioritário, de três amigos que lançaram uma OPA sobre a CP.
- Cabrões! É o mal de chegarmos à tabela – disse V., convidando-me ao último copo no Waggon-bar. Branco, casta Fernão Pires - “Terras de Sicó”. Para que conste e se prove fresco com prazer.
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