segunda-feira, dezembro 31, 2007

Ano que finda



O ano vai ficando como uma agenda que se fecha. Condensação. Roupa que não serve. Unha cortada. Herança depois de herdada. Todas as histórias de um marinheiro que morreu. Cinzas de belas árvores. Cascas de noz e de nós. O brinquedo do miúdo no fim de tarde do Natal. O pau do perna-de-pau, a maçã podre, a fonte que seca e todas estas palavras que amanhã já ficaram para trás como as contra-indicações de uma caixa de comprimidos. A errata lida. A linha do Tua. O soco do Zidane. O último Bond 007. A jubilação dos sábios. Não é carta, nem foto, nem música, nem livro, nem vinho, nem memória, nem aquilo que quero ainda fazer já ali, nem o teu sorriso, porque neste ano que finda nunca mais viveremos.

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