sexta-feira, dezembro 28, 2007

Alheiras Trasmontanas

Quando pensamos (em mim já desassombrado!) que a vida se discute nas mesas de jogo, vale nesse pano verde um jogo simples. Os amigos que se dedicam aos amigos.
Tenho-os e rego-os com gosto! Serão (tu sabes!) todos para mim, quando me descuido num verbo quase perfeito, perfeitas plantas com tempo para que nelas nasçam as suas melhores cores.
A amiga Ana chegou entre parênteses, qual parente que descuidada das coisas sérias, apenas me telefona e diz:
- Trago-te alheiras, cá de Trás-os-Montes.
Tragaremos esse sabor. Partilhou alheiras como o milagre das rosas, entre amigos que guarda no seu peito. Temos vinte anos de Natais, a pele que se gasta porque lá do longe sempre nos acontecemos. Temos vida vivida em reticências. Temos o tempo que se descuida à ordem dos poderosos. E temos tempo para dizer mal dos presunçosos. E ainda tempo para dizer que nos juntaremos à mesa a comer as alheiras, gozando alegremente com aqueles que já não têm tempo. O nosso tempo é as vidas que vamos fazendo. Cheiros, alheiras, olheiras. Vinho? Pode ser aquele EA manhoso do restaurante onde hoje nos divertimos. A estas horas ainda queres música? Mereces este tempo!

1 Comments:

At 8:24 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

o meu Natal também é muito disso, de amigos que chegam assim

 

Enviar um comentário

<< Home

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!