segunda-feira, abril 02, 2007

absolut madrid


Arranjei um lugar para fugir do mundo: madrid. O sufoco do tempo sem respirar atira-me contra a estrada e as horas, sendo seis, fazem-se depressa. Com vontade, todos fugimos depressa. Por alcatrão, com chuva na planície, para longe qualquer que fosse a geografia da fuga.

Madrid por acaso como por acaso são feitos os determinantes encontros. Começou no encontro de uma mulher amiga e na porta da casa que se veio a abrir. A casa habita madrid e eu passei a fazer desse lugar a habitação da fuga.

Gosto do vagar feito a acordar num café manhoso, numa decisão serena de ocupação das horas, do caminhar nas avenidas largas, no tomar sentido para ... com desvio no Retiro. Gosto da volúpia do tempo em cidades e vidas alheias, gosto do vagar de olhar como quem descobre as diferenças e a luz. Gosto de me sentir como que a caminhar num filme, bonito e luminoso de fundo, como acontece quando estamos em cidades que nossas são por precariedade temporal. O prazer advém de não se ser de mas estar em. Fugir é procurar uma irrealidade para respirar as certezas.

E as mulheres... as mulheres fazem de madrid um perfume e um charme. Uma sedução alegre e ruidosa. Que elegância elas me conferem ao olhar do mundo...

Bendita fuga para um lugar de prazer e alegria que faz de três dias , três eternidades revigorantes. Chego devagar mas já senti a chuva. Para começar insensivelmente a morrer devagar. Até à fuga seguinte. Sem lugar determinado.

2 Comments:

At 10:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é fantástica a frase de fontes pereira de mello - não conhecia.

 
At 11:52 da tarde, Blogger David (em Coimbra B) said...

Essa movida que nos chama. Com chama! Espanha.

 

Enviar um comentário

<< Home

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!