Felipina Letízia
A nova arma não é o Ronaldinho nem o Deco com pronúncia de português açucarado da cidade condal. É feminina. Na posse de Cavaco, a atracção foi a mulher do Felipe. No velho nevoeiro de D. Sebastião, o povo não vibrou com Cavaco, agitou-se com Letízia. À República a indiferença, da Monarquia o sonho cristal das princesas.
Disse-me um dia JB: - D, cuidado com Espanha! – a propósito dos Felipes e do herdeiro ao trono Felipe, insinuando que a economia espanhola tem força nova, de nova conquista com o nome antigo. Já não entram pela fronteira, entram pela economia. Diga-se o nome do rapaz, Felipe Juan Pablo Alonso de Todos os Santos de Borbón Y de Grecia, herdeiro de coroa e mundividências associadas. Felipe foi sempre a senha da invasão espanhola e não é preciso a história toda (1580-1640), muito menos a crise do Rei Fernando, casado com uma Leonor de Castela. Felipe tem agora de Letízia uma filha, também ela Leonor, para reinar, ou para em notário privado casar com Portugal. O filme repete-se?
Portugal viverá sempre nesta dicotomia: a República elege, pondo rebanhos de deputados a pastar na manjedoura da Assembleia, coçando os tomates, o povo fascina-se de adorno monárquico sonhando antigas Cortes, onde se coçavam os cotovelos e se alargava a pança e a bolsa.
Vale a pena recuperar Camões, ali no Canto III, a Galiza agradece:
“105. Portanto, ó Rei, de quem por puro medo
O corrente Muluca se congela,
Rompe toda a tardança, acude cedo
À miseranda gente de Castela.
Se esse gesto, que mostras claro e ledo,
De pai o verdadeiro amor assela,
Acude e corre, pai, que, se não corres,
Pode ser que não aches quem socorres”.
Camões, Luís Vaz, Os Lusíadas
“Ustied entiende”, ou é preciso tradutor?
1 Comments:
entram também pela qualidade, quando acabamos de perceber que precisamos de melhorar determinados padrões, entram-nos na sala e debaixo do braço já trazem uma receita antiga para isso. e nós é ficamos a sentir-nos arrivistas.
Enviar um comentário
<< Home