Um certo acerto
De repente estamos aqui, em cima de carris, num frenesim de tráfego entre o sul e o norte com paragem obrigatória a centro. De repente deixamos os comboios sairem pelas mãos fora, fazemos paisagens com palavras e photos, misturamos saudade em carga e correio, e o vento que fazem ao passar levantam os dias ...
Estivemos tanto tempo com os comboios guardados da chuva, com as portas fechadas a fazer com que o tempo não saísse do lugar. Nós fomos noutras viagens, mandamos postais, mas deixamos guardado certo tempo em certos comboios. De repente ficamos assim: transitáveis. Mas neste frenesim, às vezes pergunto: que bitolas ? que bitolas ? ... um certo acerto sem certo. Falamo-nos ou falamos ? Perdida na linha, ás vezes. Esfusiantemente perdida. Depois... o vagar de me meter no comboio e do comboio não falar.
Ainda se faz o vendaval nestas viagens sem revisor e sem guarda cancelas... não tarda e entram passageiros. Temos tido comboios furiosos pela noite, mas quase vazios. Cheios de nós. E não tarda e pararemos em apiedeiros insuspeitos. Levaremos nas viagens outras viagens, outras histórias, outras janelas. E serão tão bem aparecidos quanto bem encontrados foram estes comboios. Apita. Segue...
2 Comments:
e está um homem na paisagem nocturna, com os olhos assombrados de espanto, a ver passar os furiosos comboios.
Não sabe que dizer. Está especado.
Senta-se num improvável apeadeiro.
Quer ver mais.
Quer ficar a olhar para esse fluxo constante entre o norte e o sul de todas as memórias.
... bem aparecido. Comprovo o bilhete, asseguro o vagar, lugar à janela.... Tens o passaporte válido ? senão vamos lá ! contra o mar e validar a continuação da viagem. Furiosos comboios.
Meus amigos, D e M, este nosso primeiro passageiro está certificado, por mim, como viajante.
Aparece nas minhas photos de inter-rail. Levou Caetano.Aturou-me ao acordar. E fez-me a mais bonita das minhas reais viagens de comboio. única.
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