domingo, janeiro 22, 2006

quando sonhei esta linha


entre nós, esta estrada larga, imaginei-a no presente, serpenteando até ao futuro, desenhando um percurso que pudéssemos fazer mais juntos que o que os Km e a vidinha nos têm permitido. e sonhava mais juntos por causa das palavras escritas, esse privilégio infinito com que fomos bafejados e que alicerçou a nossa vida, em partes iguais com o betão dos abraços e o aço da intimidade. imaginei assim uma linha moderna, cruzada por alfas pendulares habitados por criaturas repletas de ipods, mp3 e blue teeth, linguarajando links, copy-paste e templates.

não imaginei - nem deixei de imaginar, não desejei, nem deixei de desejar - que iriam comparecer sem serem expressamente convocados, quais janelas de pop-up abrindo-se com insistência nas fímbrias do presente, a nossa história e o que dela ficou escrita - a ferro e fogo - na nossa pele, as palavras desse passado, coladas para sempre ao presente, todo o alfabeto dessa alegria, todas as músicas, todo o imaginário indelével que constitui a hipertextual declaração de princípios do blog, do princípio do nosso infinito mundo.

posted by M em Campanhã

PS são, assim, não só permitidas, por tempo indefinido, como oficialmente convocadas à linha do norte , as janelas de pop-up da memória.

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1 Comments:

At 11:06 da tarde, Blogger H em Stª Apolónia said...

certa de que todas as histórias são bonitas. como a nossa, que assim respira, tão junto à pele... agora que ainda estamos no fim do abraço. como um abraço. como se agora tivessemos a hipótese de outro perto, como o tivemos tantos anos... estamos ainda nesta hesitação de tempo na pele. por isso a história se escapa tão fácilmente. por isso ela se reafirma como uma das mais bonitas das nossas histórias.

 

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