Agora deitava-me sobre o soalho de madeira como outrora, enfiada no saco cama, era à epóca ainda a Macieira e o SG Ventil e estava pronta para a noite feita de conversa sussurrada... umas vezes riamos perdidamente, outras falavamos bocados entre a felicidade e a tristeza.
Deitava-me. Encostava-me bem e dizia: " Sim D. Precisamos de uma viagem imensa... um contorno no mundo e no tempo. Eu vou. Preciso da certeza de haver uma viagem para cumprir. Não é preciso, bem sei... mas seria desafiante falar-mos de como a vida nos fez e nos fizemos. Como foram as feridas e como foram as alegrias. Como se passou. Falariamos doridamente a rir de tudo,suspeito... conta com a maior resistência de M. Mas viria também, a vapor, mas vivira. "
Lembro este cansaço no corpo e como ele, outrora, era feito de muitas noites por dormir, de muita cumplicidade, de muitas paixões e como se adensava triste e doloroso em Coimbra-B. Como se nas nossas vidas, essa estação, sempre tivesse sido o lugar do mundo para o fim. O último abraço, o último beijo já a gretar a dor, muitas vezes a luz do entardecer e o aperto na garganta. Se é certo que era também o lugar do mundo para o começo, a alegria sempre teve formas mais serenas e subtis de se deixar na memória.
Quando não assino, sou H em Stª Apolónia.
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