segunda-feira, janeiro 23, 2006

SINAIS DE BARRAGEM


Cá está o novo anfitrião luso de Sócrates ao peito. Feita a barba, ligo a TV e sinto na Maria uma mulher feliz. O povo é o mesmo com a velha previsibilidade de Soares - "não pôr os ovos no mesmo cesto"!
Permitam-me, H e M, o primeiro desvio na linha - sinais de barragem -:

"1. A tua vida está no meio: a tua contraditória
perigosa apaixonada vida.
Mudar o homem (dizias). Fazer história.
Como abolir agora o quotidiano?
A selva é escura e estás sozinho
com tua guitarra e tua memória
no meio do caminho.

2. Ninguém sabe o que está a acontecer
perdemos o comboio foi o que foi
(pelo menos é o que dizem os entendidos).
O certo é que os dias estão mais curtos
e há folhas a cair nas sílabas de Setembro.

Recordas a partida e a viagem
e a tua alma está sentada numa estação qualquer
perplexa
como se tivesse perdido a memória e o lugar.

Talvez te faça bem um copo e um cigarro
Nada de pânico: a crise está no tempo
e ninguêm sabe a direcção.

Recordas os dias longos do Verão
as folhas caem-te por dentro
Setembro é o teu sítio e estás sentado
à espera
de um sentido. (...)"

Manuel Alegre, 30 Anos de Poesia

PS? Agora o Quim já sabe o que fui fazer à cabine de voto.

1 Comments:

At 10:32 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 

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