feriado
este é o meu feriado favorito: o Sr. de Matosinhos. tem 2 vantagens relativamente ao vizinho S. João: primeiro é móvel e calha sempre a uma terça-feira (não se correndo o risco, se ele calha ao sábado ou ao domingo, de ficar a ver navios); depois, como moro no Porto, o feriado é só meu: as crianças têm aulas, o marido trabalha e nas ruas é um dia de normal actividade, redobrando-me o gozo do descanso. para ampliar o gozo ainda faço questão de reservar uma folga para a véspera, obtendo assim 4 esplêndidos dias de sorna.
sorna, é como quem diz. porque, além de dormir o que posso de manhã, durante a tarde torno-me fazedora e irrequieta, numa ânsia de resolver tudo o que não posso nas semanas normais: comprar roupa e calçado para a família, cozinhar um pouco, almoçar tranquilamente com a minha filha e com ela trocar segredos, fazer telefonemas, etc.
ontem percorri a pé zonas do Porto onde há muito não passava. no eixo Trindade-Cedofeita há um sem fim de lojas que estavam ali desde sempre e que fecharam, deixando um bom pedaço da zona com aspecto lúgubre. na Praça da República ardeu a casa senhorial onde funcionava o instituto Goethe (das suas ruínas chamuscadas exala uma beleza deprimente). mas há esperança: o Teatro Carlos Alberto está um mimo e logo ali, na praça anexa e rua de Cedofeita, casarões há anos abandonados estão em recuperação. também se transmutou, aleluia, o prédio fantasma que apodrecia na Trindade (deu lugar a um centro comercial; é um centro comercial, enfim, mas é uma coisa viva).
sempre que passeio pelas ruas do Porto vou a olhar para as casas e a sonhar, se ganhasse o euromilhões (isto é, se jogasse e depois um dia ganhasse), que casas velhas escolheria para recuperar. nunca me consigo decidir e às vezes chego a pensar que compraria uma praça ou uma ruas inteiras.
Etiquetas: Porto, quotidiano
1 Comments:
que bem que sabe um feriado assim!
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