Dítono Domingo
Com o sol partido nos teus ombros como um ovo, entre a areia e o mar fazes o decalque do caminho. A maré decide da linha de fronteira que atravessas, intermitente. Apanha conchas, mistura os dedos dos pés com os dedos das mãos debruçada nas algas mais verdes (procura como num jogo as da tonalidade dos teus olhos), crava os calcanhares na areia e lixa-lhes as fissuras nesse movimento de pedra-pomes como gostarias de fazer à tua vida. Tira os óculos que te cegam os olhos e o iPod que te surda os ouvidos. Concentra-te nos sons de um búzio e deixa os olhos no barco ao longe que leva, como tu, gente ou peixes esquecidos. Consegues chegar à esplanada do bar onde te esperam? Consegues, mas não queres, porque hoje és Domingo!
1 Comments:
lindo, o que escreves e esta música que já não me lembrava que existia
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