felino
Há noites em que na casa movimento-me como um gato. Uma dona ou um Deus deixou-me tudo preparado: espreguiço a preguiça, passo nos espelhos altivo, rebolo-me no sofá, esfrego a língua nos olhos, alimento-me pelos pequenos pratos e durmo em qualquer protegido canto.
Há noites em que em casa apenas te dizes que estás.
E música, o jazz do Gato Barbieri,
numa confissão.
Há noites em que o silêncio vindo de mim é eterno,
(felino) e as palavras dos livros e da boca uma comichão
– bichezas de pêlo para coçar, como gato entretido rente ao chão.
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ronron
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