minho
Ainda trago o cheiro molhado de julho no Minho, a altura do milho nas estradas e o verde da vinha nas latadas, o ruído pesado da fruta a cair das árvores, quando à noite ficamos quietos a amansar a vida. A casa calada. Os livros pousados. As crianças em sossego.
Preciso sempre desta semana em cada ano. Rente á terra que é onde é mais fácil sossegar, ou seja, confundir o respirar da boca na terra. Qual orvalho, qual humidade, qual chuva confundida.
Preciso deste vagar da pertença. Ter terra, ser terra, sentir terra. E eu sou minhota, minhota.
Preciso do vagar até ao tédio, dos livros todos que sou capaz de ler nestes dias e das conversas quase dolentes que se fazem devagar.
Gosto muito de levar as crianças. Mais do que as minhas. Sentir que se fazem de ar, de aventuras, que salvam um pintainho e se sujam todas no galinheiro, que vão pela estrada resgatar o anho acabado de parir, que se inventam e inventam o mundo todo nas histórias que não sabemos e cabem todas ali, rente ás vinhas e na sombras dos limoeiros. Que fazemos bolos na cozinha velha com os ovos das galinhas e as laranjas da árvores para o lanche da tarde e as limonadas açucaradas para a sede de brincar tanto. Vivem estafados de terra e histórias.
Gosto de sentir, por suspeita, que lhes ficará na memória o cheiro a terra destes dias de julho, ás vezes com chuva.
Gosto da verdade de nada fazer e gosto da verdade de sentir. O Minho em finais de julho.
Preciso sempre desta semana em cada ano. Rente á terra que é onde é mais fácil sossegar, ou seja, confundir o respirar da boca na terra. Qual orvalho, qual humidade, qual chuva confundida.
Preciso deste vagar da pertença. Ter terra, ser terra, sentir terra. E eu sou minhota, minhota.
Preciso do vagar até ao tédio, dos livros todos que sou capaz de ler nestes dias e das conversas quase dolentes que se fazem devagar.
Gosto muito de levar as crianças. Mais do que as minhas. Sentir que se fazem de ar, de aventuras, que salvam um pintainho e se sujam todas no galinheiro, que vão pela estrada resgatar o anho acabado de parir, que se inventam e inventam o mundo todo nas histórias que não sabemos e cabem todas ali, rente ás vinhas e na sombras dos limoeiros. Que fazemos bolos na cozinha velha com os ovos das galinhas e as laranjas da árvores para o lanche da tarde e as limonadas açucaradas para a sede de brincar tanto. Vivem estafados de terra e histórias.
Gosto de sentir, por suspeita, que lhes ficará na memória o cheiro a terra destes dias de julho, ás vezes com chuva.
Gosto da verdade de nada fazer e gosto da verdade de sentir. O Minho em finais de julho.
5 Comments:
aguçaste-me o apetite...vou para esse Minho depois do Andanças...
:)
acho que também eu! no fim de semana das festas que tenho saudades de ouvir os bombos da romaria, ás 12h, na Praça...
O teu Minho é a minha Gândara. Percebo isso tão bem...
"Gosto da verdade de nada fazer e gosto da verdade de sentir" é muito bom, sim senhora, mas noutro lugar qualquer também dá, não? :)
dá, dá cristina...
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