Não há bocas
Lá fui com os Ruis, todos convidados para a matança previsível da provocação. «Não há bocas», é a password do Daniel para pôr cada um no seu devido lugar. Quando de casca crustácea, digo, fato herdado por direito consuetudinário, que lhe dá o direito de é meu e coleccionador de finos ao balcão, (onde acredito arredonda as palavras mais audazes!), acrescenta alto e bom som aos amigos que chegam: «escondam as carteiras». E sempre que um amigo se aproxima com opinião, afirma vernáculo «o que é que o mundo gay tem a ver com isto?», fuzilando o transeunte com a mesma dimensão de «não há bocas!», quando delas gosta e por elas vive com convicção, dando depois beijos gay aos mais aconchegados, forçando-os com as mãos de amigo para o peito.
Lançou hoje mais um livro onde tive o prazer de estar e dele ser pertença.
LICOR, SABÃO E SAPATOS.
Lembrou-me, no absurdo de pessoas geometricamente diferentes, mas porque o receituário do título convida, o livro do amigo Cabrita, « CLIPS, PUNAISES & ZIPS».
Autógrafo:
«Pouca terra, muita terra,
Ala-Arriba - 0
União de Coimbra - também»
Coisas das nossas guerras do futebol, mas sapiência que leio num jogo de palavras, uma outra dimensão de sermos felizes com o pouco que temos e o prazer de o divulgarmos. Empate, também.
(Museu, capela ortodoxa, adega de cascas de tremoços com bons arrotos e chão cuspido, salão nobre de um município apenas para provocar).
O Aniano esmerou-se. Criou uma massa fina cortada aos quadrados (pequenos poemas de amor aos sabores!) com tomilho, alho e por cima fios de azeite coados pela mãe na exacta medida que exigiram mais rigor do que os parágrafos do livro, tal o desprendimento e a dedicação, juntando-lhe vinho branco SICÓ e uma intenção de vinho rosé para acreditação das madames em rótulos de ocasião.
Não foi esta a cartilha que aqui deixo, mas está no livro que vos deixo:
«Das narrativas
que me passou,
não conservo
senão a atmosfera
escura dos homens
(quase sempre
ou operários
ou homens de génio),
a tristeza palpável
das florestas
com seus caminhos
de criança,
o carácter
inapelável da chuva
e um vago terror
pela morte
que não pude ainda
confirmar
pessoalmente.»
As “Imagens & Letras” do amigo Fernando Mendes, que apostou nisto, merece a mesma música para o Daniel. Da nossa velhinha play-list!
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